terça-feira, 4 de março de 2008

A vegetação nas cidades.

Ouvir Sara Tavares enquanto lê este post aumenta consideravelmente a sua sensação de bem estar. (Varia de pessoa para pessoa, não recomendado a grávidas ou bebés com idade inferior a 18 meses).

É tão interessante ver uma nova urbanização a desenvolver-se... desde os buracos fundos para alicerçar os prédios, ao alcatroamento das estradas de acesso, ao empedrejamento das ruas onde as famílias irão andar, seja para passear à volta da urbanização, uma ida ao parque de diversões para os petizes ou os metros que distanciam a entrada da garagem da porta do seu lar.

Com uma nova urbanização vem um pedaço privacidade do emprego, do rebuliço do dia-a-dia, do mundo exterior. Vem o subúrbio onde os filhos podem ser protegidos do "fumo" da cidade e se divertirem com as outras crianças, desse subúrbio.

Temos então um lugar estéril, cheio de betão armado com algumas árvores plantadas para dar o efeito de vizinhança, onde em nada se difere de um outro prédio ou casa senão por estar mais recluso do rebuliço.

Mas divago...

Com as construções permanentes que observamos no dia-a-dia, vemos mais um prédio, centro comercial ou lar de idosos a ser construído. Mas... o que é que isso destroi?

Talvez por uma nostalgia estranha, vejo as vegetações, não as relvas e árvores todas alinhadas e bem tratadas, mas os arbustos selvagens e terrenos descampados como parte da história da cidade e ao vê-los ser sistematicamente substituídos por construções faz com que tenha um sentimento estranho dentro de mim.. Onde foi o terreno entre prédios onde jogava à bola? As vegetações selvagens de onde perdi algumas bolas e muitas horas a desbravar numa bela tarde de Verão?

Simples nostalgia, não contra o avanço do tempo.

Pensamento: Olhem à volta da vossa casa e procurem algum pedaço de vegetação que permaceça bravio. Depois olhem á volta. Não sentem o tempo a passar entre a vegetação e a urbanização? Não sentem que os prédios vieram invadir um espaço selvagem?

Um comentário:

x_spirit disse...

Como compreendo o teu post,Bule... saudades do tempo que, apesar de já existir a imponência da cidade, havia sempre um ou outro espaço de refugio longe de tudo....

Abraço