sábado, 12 de abril de 2008

Uma noite complicada

Entrei hoje de manhã
um bocado atrofiado
nem a chave consegui girar
nem aguentar no estômago o vomitado.

Cheguei mal
cheguei grogue
cheguei todo zonzo
Cheguei todo mal disposto
De estar a ouvir tocar o Gonzo

As pernas tremiam por todo lado
Portava-me que nem um palhaço
Não conseguia tar calado
Acordei a vizinha com um estardalhaço

Não fui eu, foi a planta
que se inclinou para cima de mim
Estava eu apenas a passar
a pensar na rosa, no lilás e no jasmim.

Oh que grande confusão
A velha é uma histérica
Não há homem que coma
Não há homem que açoite
Aquela velha pindérica.

Tudo estava a começar
Naquele maldito jantar de turma
Tínhamos que beber de penalti
Por cada refugiado no Darfur, Tibete e Burma.

Foi uma grande folia
Foi uma grande confusão
Debaixo da mesa escondia-se a Maria
Empoleirado no candeeiro gritava o Brunão.

O Francisco Figueiredo
Era o melhor surfista do mundo.
O Diogo dava-lhe uns toques
Mas ficava sempre em segundo.

Saímos para fora
Estava uma bela brisa e um céu estrelado
"Queremos beber!" gritou o Che
"Não te preocupes o Bairro Alto é logo ali ao lado"

Daí fomos de imperial em imperial
Tal tarzan em lianas
Quando chegámos ao Lux
Já estávamos todos bezanas.

Boys noize é hoje!
Exclamou o Egas exaltado
Música, gostosas
E muito bagaço marado

O Gonçalo travou amizades
com uma menina do balcão
No minuto seguinte estavam os dois agarrados
Transando na área da arrecadação

Onde estava eu?
Estava bem aconchegado
Sentado no sofá
A controlar todo aquele pecado.

Com um whisky cola
E uma coluna ao meu lado
Solucionando enigmas
Descobrindo qual o interruptor desligado.

A música a bombar
Estava então tudo bem
Só faltava a minha babe
Para estar no além.

Boys Noize acabaram
a sua música especial
Apludimos, gritámos
Insuspeitos de que estava para vir o mal.

Pegou na mesa de mistura
Aquele demónio de cabelo apaneleirado
Tava com os olhos vermelhos
Tava todo pastilhado.

Começou a mixar
Não sabia o que fazer
Todo mundo fez cara feia
Até a pontar da unha tava a doer.

Fugimos todos então
Com o sol a raiar
metemo-nos todos no carro da João
Tava um frio de rachar.

De então agora é um branco
Não me consigo lembrar
Só que aterrei neste belo prédio
De cabeça para o ar

Finalmente entro em casa
Com cara de poucos amigos
Os meus pais a saírem para o emprego
Ah tou mesmo bem fodido(s).

O que atrás foi referido em nada representa os pensamentos do autor, enquanto está sóbrio pelo menos...

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